terça-feira, 9 de outubro de 2007

Faça o que eu digo, e não o que eu faço

Eu sei que minha opinião é suspeita quando o assunto é política, uma vez que muitos sabem do ódio que eu tenho deste pulha loureado como imperador do Brasil, orgulhoso de ser um analfabeto que deu certo. Mas vou deixar esse ranço, por assim dizer, e partir para um fato ocorrido agora e que me chamou muito a atenção.
Depois de anos militando contra as atitudes tucanas de privatização das estradas estaduais paulistas, os petistas, encabeçados pelo agora presidente Lula proferiam discursos inflamados, "alertando" a população do perigo das concessões das rodovias, que seriam um entrave para o desenvolvimento do país, aumentando consideravelmente o custo das viagens sem o retorno devido.

Pois bem, os cães ladraram mas a caravana seguiu em frente, e São Paulo apresenta as melhores estradas do país. Embora muitos reclamem dos valores cobrados nas praças de pedágio, a maioria absoluta elogia a qualidade das referidas rodovias e afirmam não terem problemas em pagar pela utilização das vias, desde que vejam o dinheiro aplicado em melhorias.

Mesmo depois de se tornar governo, muitos partidários da estrela vermelha disseram que as estradas federais não seriam privatizadas, que era possível efetuar as melhorias necessárias com recursos do erário. Mas as estradas federais continuavam aparecendo nos noticiários, muitas vezes lembradas pelo péssimo estado de conservação em que se encontravam. Algo não batia...

Eis que, o agora governo federal petista, resolveu que era hora de iniciar um processo efetivo de melhoria das estradas sob sua responsabilidade. Vendo o sucesso da iniciativa paulista, os responsáveis pelo poder executivo de nossa nação resolveram que a solução da situação das rodovias federais é a privatização. Exatamente, mais uma vez vemos uma situação tornada corriqueira em nossa podre história política, em que os poderosos pensam que todos esquecem as bravatas proferidas a plenos pulmões, a título de discurso ideológico, quando ainda julgavam defender os direitos do povo. Eu não esqueci. E creio que você também não, caro(a) leitor(a).

Pois bem: 2008 está chegando, e ainda há a esperança de que o bom senso vença o Fome Zero.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Tubinho, o rei do riso

Olá!

Neste meu primeiro texto, gostaria de abordar um assunto que eu, sinceramente, nunca havia dado muita bola até pouco tempo atrás.


A necessidade de uns momentos de risos me levou a conhecer uma opção de diversão que eu simplesmente desprezava: o circo. Não sei se minha alma se tornou ranzinza demais, mas a minha fascinação pela lona armada havia ficado perdida em um canto escuro da minha memória e lá ficou. Não achava a menor graça em ver os bichos fazendo estripolias, e as atrações dos artistas não me deixavam empolgados, e mesmo os palhaços me pareciam muito repetitivos.


As minhas responsabilidades, aumentadas pela chegada de meu filho, não colaboravam na entrega da mente a momentos de deleite e puro desligamento das tarefas a que era destinado constantemente. Minhas opções de lazer eram poucas, e nunca achava que o valor financeiro empenhado nessas horas eram plenamente compensados.


É... Realmente, acho que fiquei ranzinza demais... Mas as coisas também andavam iguais demais...


Há meses via uma lona armada próxima ao Bauru Shopping e propagandas na televisão e rádio anunciavam um tal de Tubinho, um palhaço que apresentava uma proposta que, apesar de não ser nova, representava uma alternativa às companhias circenses que pipocavam esporadicamente em nossa região: o circo teatro.


Como meu filho consumia (ainda consome) muito de meu tempo fora do trabalho, consegui a façanha de não assistir a nenhum espetáculo do referido palhaço, mesmo sob protestos veementes de pessoas que juravam que o show era muito bom. E Tubinho foi embora para Pederneiras...


Miguel - meu filho - chegou ao seu sétimo mês de vida, e, agora mais sociável, dava o pretexto perfeito para que minha mãe, moradora de Jaú, propusesse a mim e a minha esposa, passeios noturnos, para distração, enquanto que ela e meu pai se esbaldavam no papel de avós corujas.


Eis que meu irmão propôs um programa: irmos ao show de Tubinho, que chegava a pouco de sua temporada em Pederneiras. Pensei que, agora que Miguel ficava com outras pessoas sem dar tanto trabalho, era possível, enfim, comprovar (ou não) as afirmações entusiasmadas feitas com relação ao espetáculo do palhaço.


Conseguimos lugares nas fileiras da frente, e uma coisa já me chamou a atenção: a pontualidade. Às 20:30h (horário das sessões diárias dos shows), as luzes começaram a se apagar e a música, juntamente com a voz do narrador anunciavam o início do espetáculo. Isso me deixou extremamente satisfeito, uma vez que, desde criança, exasperava-me os atrasos constantes dos circos.


E começou a ser operado, ali, uma transformação...


Passei cerca de duas horas de puro divertimento, em meio a gargalhadas histéricas, ante a situações, que apesar de muitas vezes terem desfecho óbvio, surpreendiam pela qualidade de atuação que os atores, e principalmente, o próprio Tubinho, demonstravam em cena. Bordões eram repetidos à exaustão, gravados em minha memória, e mais tarde fariam com que risse sozinho no sisudo ambiente de meu trabalho.


Voltava a ser criança novamente.


Houve um momento de seriedade, que para alguns poderia ser extremamente entediante, mas a qualidade artística e o amor que demonstravam fazendo tudo aquilo eram tais, que consegui captar não apenas a mensagem, mas a intensidade que eles queria transmitir. Simplesmente, lindo.


Voltei lá quinze dias depois, já tendo noção do que esperar. E mais um fato me surpreenderia: não consegui dizer qual dos dois espetáculos havia sido melhor, algo raro em minha mente, acostumada a executar rápidos juízos. Ambos os shows, em meio ao seu tema, fizeram-me ter dois dos momentos mais prazeirosos de minha vida. Muito obrigado, Tubinho!


Deixando toda a parte sentimental de lado, gostaria de ressaltar alguns pontos.


  • O preço me pareceu extremamente convidativo. Paguei R$ 16,00 (eu e minha esposa) nos ingressos - menos que eu pagaria se fosse ao cinema, já que não gozo mais das benesses da vida de estudante.
  • O tempo das piadas são boas, de forma que o espetáculo mantenha o ritmo nas duas horas de sua duração.
  • Consultando o site, você descobre que são exibidos cerca de 90 espetáculos diferentes (pasmem), ou seja, é bem pequena a possibilidade de você assistir um show repetido...
  • Embora seja um circo teatro, com palhaço e tudo mais, não é recomendável levar crianças (que têm o seu dia específico, na terça, com conteúdo apropriado) junto: muitas piadas têm conotação sexual e em alguns momentos é possível ver Tubinho mandar alguém "tomar no rabo" (de uma maneira muito divertida, é claro).

Enfim, se você estiver de passagem por um local onde o circo de Tubinho esteja instalado, não perca a oportunidade: esteja lá às 20:30h e você esquecerá as palhaçadas do seu trabalho e de Brasília, e deixar o assunto para quem realmente entende.

E lá vamos nós...

Saudações!
Criei esse blog dentro da proposta que havia sido discutida no grupo cti2000, onde todos teriam blogs e escreveriam sobre o que lhes interessassem... Espero conseguir criar mais tempo, assim que meu filho estiver melhor, para me dedicar a este blog.
Eu vou falar um pouco de cultura pop (e nerd), e já estou com a idéia do meu primeiro texto, que vai falar sobre uma opção de diversão muito interessante na nossa região. Aguarde...